segunda-feira, 24 de maio de 2010

Barreiras Acústicas de Acrílico

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a exposição continuada a níveis de ruídos acima de 55 decibéis provoca irritação e prejuízos à comunicação e à saúde. O pico de tráfego nas rodovias brasileiras chega a 40 mil veículos por hora e atinge nível de ruído de 85 decibéis, ou seja, muito superior ao recomendado.

A construção de estruturas como barreiras acústicas podem reduzir o ruído em até 35 decibéis, permitindo alcançar o nível suportável de ruído no interior de um condomínio construído nas margens de rodovias. No Brasil, uma barreira acústica de 200 metros, em concreto, construída na chegada da rodovia dos Bandeirantes à cidade de São Paulo é a única instalação nos cerca de 160 mil quilômetros de rodovias pavimentadas do país, onde não existe uma lei de controle de ruído.

Em vários países do mundo, inclusive da América do Sul, a preocupação não é somente com a qualidade de vida dos moradores, mas também com a preservação do meio ambiente, por isso é tradicional o uso de barreiras compostas por chapas acrílicas. “Na Rodovia dos Bandeirantes, o concreto bloqueou os ruídos, mas prejudicou a visão dos moradores dos condomínios próximos”, diz Eduardo Minoru Nagao, coordenador da divisão de infra-estrutura da Engevix Engenharia, empresa que vem estudando o uso de barreiras acústicas no país. Segundo Marco Juliani, diretor da Ieme Brasil, empresa de engenharia consultiva que desenvolve estudos de níveis de ruídos e vibrações, na espessura certa o acrílico tem boa absorção de ruído e a principal vantagem é que não impede a visão, preservando os aspectos ambientais.





Na cidade do Rio de Janeiro, um dos maiores exemplos dessa necessidade é a Linha Vermelha. Além da proximidade dos prédios, há o problema da privacidade e implicações com a desvalorização do imóvel, “O ponto fraco são os custos do investimento” afirma o engenheiro Nagao. “As barreiras acústicas são projetos caros e a preferência fica com o material mais barato, no caso o concreto”. Em 2004, a fabricante Unigel Plásticos, associada ao Indac, forneceu cerca de 300 toneladas de chapas acrílicas extrusadas para a construção de barreiras acústicas na Autopista Central e Autopista Aeroporto, ambas no Chile. Nesta obra foram usadas chapas de 4X2 metros e espessura de 15mm, levemente curvadas a frio, na cor azul.

Mais de mil toneladas já foram exportadas pela empresa também para a construção de barreiras em ferrovias na Itália. Nas barreiras acústicas, o acrílico é o componente principal com a base geralmente de concreto ou metal. Para manter a sintonia com o ambiente, geralmente são usadas chapas transparentes azul, verde ou fumê.

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