sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Veja 9 dicas para construir uma casa sustentável


Cuidados simples, alguns até já praticados, podem fazer diferença na natureza

Mais que uma realidade, cada vez mais a casa sustentável é uma necessidade. Para ficar no dado: a construção civil é o segmento que mais consome matérias-primas e recursos naturais no mundo, de acordo com o Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica (Idhea). Para ficar no positivo: construções sustentáveis podem reverter o quadro de degradação ambiental e preservar os recursos naturais para gerações futuras.

Em tempos de mudanças climáticas, quanto mais opções que poupem o meio ambiente, melhor. E a maioria das inovações não é cara ou dá retorno financeiro a médio e longo prazo, o que pode sensibilizar bolsos mais resistentes.

Confira abaixo nove dicas para construir uma casa ambientalmente amigável. Na maioria, são cuidados simples, alguns que até já são praticados, que podem fazer diferença na natureza.

1.Como se trata de um mercado em constante renovação, informe-se sempre pela internet e com quem trabalha com esse tipo de material quais são as novas tendências

2.Troque os materiais de construção pelos produzidos com baixo custo ambiental. Por exemplo, tijolo de solo-cimento em lugar do tradicional. Pode custar mais, mas dispensa o acabamento com massa corrida, ou seja, o custo fica zero a zero

3.Isole bem a casa, como forma de aproveitar ao máximo a refrigeração e o aquecimento, evitando desperdício

4.Sistemas de captação de energia solar e de água da chuva são mais complexos de serem instalados, mas dão resultados e retorno do investimento a médio e longo prazo

5.Medidores de consumo de água ajudam a controlar e reduzir o consumo

6.Troque lâmpadas comuns pelas fluorescentes, que consomem menos

7.Em vez de ar-condicionado, use ventiladores de teto. Também servem no frio, para movimentar o ar quente concentrado no alto

8.Algo de baixo trabalho e alto rendimento: plantar árvores. Se forem frutíferas, melhor: você pode consumir a produção e até iniciar sua própria horta

9.Dê preferência a utensílios do lar eletrodomésticos com certificados de que não agridem o meio ambiente, como vassouras feitas a partir de mata desmatada legalmente.


quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Instituto de Engenharia atuando na sustentabilidade

Foi assinado em 25 de maio, o convênio
de parceria entre Instituto de
Engenharia e a Deca-Duratex, com
o objetivo de implantar o conceito de
sustentabilidade e sua aplicação à sede
do Instituto, possibilitando ao meio
técnico e aos usuários acompanhar o
processo de economia que ocorrerá nas
instalações hidráulicas do prédio.
No ato de assintaura, presidido pelo
presidente do Instituto de Engenharia,
o eng. Aluizio de Barros Fagundes, estiveram
presentes o vice-presidente de
Atividades Técnicas, o eng. Marcelo
Instituto de Engenharia atuando na sustentabilidade
Rozenberg e a eng. Cibeli Monteverde,
do Instituto de Engenharia, o diretor
de Desenvolvimento e Marketing da
Deca, Flavio Dias Soares, o gerente da
Área de Serviços e Pós-Venda, Bruno
Antonaccio, e o eng. Marco Yamada da
Área de Engenharia de Aplicações.
O projeto, com duração prevista para
aproximadamente um ano, foi desenvolvido
pela Vice-Presidência de Atividades
Técnicas e será supervisionado pela
eng. Cibeli Monteverde, que o concebeu.
Após a instalação de vários hidrômetros
nas colunas dos banheiros, serão feitas
medições individualizadas de consumo
ao longo de três meses e, então, trocados
os equipamentos (bacias, mictórios, válvulas,
torneiras e demais complementos),
medidos os novos consumos ao longo de
um período suficientemente longo para
eliminar as flutuações sazonais.
Ao final, será feita uma apresentação
de todo o projeto, com os resultados
físicos e econômicos alcançados,
sendo que a gestão de todo o processo
será também em parceria com a Deca,
representada pelo engenheiro Marco
Yamada.


Fonte: Jornal do Instituto de engenharia.

Casa popular econômica e sustentável

Assim é esta casa popular que reúne soluções construtivas bem-vindas em qualquer obra, como o uso de madeira certificada e de ventilação e iluminação naturais fartas.



A indústria e a universidade se juntaram para colocar de pé o projeto piloto de uma moradia popular que prima pela planta bem distribuída (veja o quadro abaixo), pelo uso de materiais amigos do meio ambiente e pelo conforto térmico obtido com recursos tão simples quanto a ventilação natural.

O segredo do sucesso começa pelo sistema construtivo, a alvenaria estrutural com blocos de concreto, que dispensa vigas e economiza nos acabamentos. Para quem se anima a investir em sustentabilidade, é possível ter banho aquecido por energia solar e aproveitamento da água da chuva, entre outras soluções que você vê nas próximas páginas.











A planta básica pode anexar facilmente a construção de uma suíte com closet: basta substituir a janela por uma porta para conectar os módulos, que assim somam 64 m2



PLANEJADA PARA CRESCER
Ela nasceu dentro da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), fruto de um projeto desenvolvido pelos professores Oswaldo Luiz de Souza e Alice de Barros Horizonte Brasileira, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Aprimorada em parceria com a Associação Brasileira de Cimento Portland e com a empresa cimenteira Holcim, a proposta resultou na morada que reúne sala, dois quartos, banheiro, cozinha e lavanderia coberta em uma planta básica de 46 m².







Para que o projeto piloto saia do papel e ganhe os canteiros de obra, é preciso envolver os comerciantes do setor de construção: a ideia é que em revendas parceiras do programa os interessados adquiram o projeto e os materiais e contratem a mão de obra.





Truques da união perfeita

integração dos ambientes já é uma realidade na decoração atual. Independente do tamanho da morada, essa solução sempre garante conforto e aconchego.
Em apartamentos pequenos, a integração estabelece uma função ainda mais importante: criar uma sensação de amplitude nos espaços.

Sem barreiras, os cômodos se comunicam melhor e, aliado a outros truques decorativos, acabam crescendo.

Para sala de estar e jantar, por exemplo, o espelho é um item quase indispensável para ampliar o local. Para amenizar o excesso de reprodução que este tipo de material acaba causando, costumo usar o espelho bronze que é também extremamente elegante.
Quanto ao mobiliário, as madeiras escuras não precisam ser evitadas porque o ambiente possui dimensões reduzidas. Pelo contrário, se bem utilizadas, eles podem enobrecer o ambiente. Quanto aos tecidos, cores e revestimentos, eles devem apenas ser harmonizados entre si e nunca serem combinadinhos de mais. Desta forma, saímos do óbvio e criamos uma decoração original.


Fonte: http://mrvengenharia.wordpress.com

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Arquimedes




Arquimedes (em grego Ἀρχιμήδης) foi um matemático, físico e inventor grego. Foi um dos mais importantes cientistas e matemáticos da Antiguidade e um dos maiores de todos os tempos. Ele fez descobertas importantes em geometria e matemática, como por exemplo um método para calcular o número π (razão entre o comprimento de uma circunferência e seu diâmetro) utilizando séries. Este resultado constitui também o primeiro caso conhecido do cálculo da soma de uma série infinita. Ele inventou ainda vários tipos de máquinas, quer para uso militar, quer para uso civil. No campo da Física, ele contribuiu para a fundação da Hidrostática, tendo feito, entre outras descobertas, o famoso princípio que leva o seu nome. Ele descobriu ainda o princípio da alavanca e a ele é atribuída a citação: "Dêem-me uma alavanca e um ponto de apoio e eu moverei o mundo".

Hoje conhecemos muito pouco sobre a vida de Arquimedes e sobre a sua obra, já que muitos dos documentos originais foram destruídos. No entanto os romanos tinham muita admiração por ele e alguns historiadores deixaram textos em que descreviam aquilo que na sua época ainda se conhecia sobre a sua vida e obra. Apesar de que muitos desses textos são sobretudo lendas, o pouco que se sabe sobre Arquimedes teve uma importância decisiva no surgimento da ciência moderna, tendo influenciado, entre outros, Galileu Galilei e Isaac Newton.



Biografia
A maioria dos detalhes da vida de Arquimedes são desconhecidos. Sabe-se que nasceu em Siracusa, na época uma cidade-estado da Magna Grécia cerca de 287 a.C. Seu pai foi um astrônomo chamado Fídias, do qual nada se conhece. Quando jovem, estudou em Alexandria, o centro do saber da época, com Cônon, um dos discípulos de Euclides. Embora na Antiguidade não houvesse clara distinção entre matemáticos (geómetras), físicos (cientistas naturais) e filósofos, Arquimedes destacou-se ao longo da sua vida principalmente como inventor e matemático.

Arquimedes morreu após a tomada de Siracusa durante a Segunda Guerra Púnica, cerca do ano 212 a.C.. Foi morto por engano por um soldado romano, apesar dos soldados terem ordens explícitas para defendê-lo, já que os romanos tinham uma enorme admiração por ele. Diz-se que quando os soldados romanos invadiram a praia de Siracusa, encontraram um velho senhor - o próprio Arquimedes - desenhando círculos na areia. Sem imaginar que esse era o génio responsável pela criação das poderosas armas sicilianas, assassinaram-no quando ele se negou a obedecer a suas ordens, porque não queria ver perturbado o raciocínio que seguia nesse momento. De acordo com o seu desejo, a sua sepultura foi decorada com o desenho de uma esfera dentro de um cilindro, que fazia parte de uma das suas demonstrações matemáticas favoritas.



Obra e pensamento de Arquimedes
Acreditava que nada do que existe é tão grande que não possa ser medido. Aperfeiçoou, pois, o sistema grego de numeração, criando uma notação cômoda para os números muito grandes, semelhante ao actual sistema exponencial. As suas invenções engenhosas de máquinas de carácter utilitário e bélico fizeram-no famoso.

Em mecânica, são atribuídas a ele algumas invenções tais como a rosca sem fim, a roda dentada, a roldana móvel, a alavanca. Alguns historiadores dizem que ele teria criado dispositivos como a máquina de Antikythera.

[editar] Hidrostática: "Eureka! Eureka!"
Em Física, no seu "Tratado dos Corpos Flutuantes", estabeleceu as leis fundamentais da Estática e da Hidrostática. Um dos princípios fundamentais da hidrostática é assim enunciado: "Todo corpo mergulhado total ou parcialmente em um fluido sofre uma impulsão vertical, dirigido de baixo para cima, igual ao peso do volume do fluido deslocado, e aplicado no centro de impulsão."

O centro da impulsão é o centro de gravidade do volume que corresponde à porção submersa do corpo. Isto quer dizer que, para o objecto flutuar, o peso da água deslocada pelo objecto tem de ser maior que o próprio peso do objecto.

Conta-se que certa vez, Hierão, rei de Siracusa, no século III a.C. havia encomendado uma coroa de ouro, para homenagear uma divindade que supostamente o protegera em suas conquistas, mas foi levantada a acusação de que o ourives o enganara, misturando o ouro maciço com prata em sua confecção. Para descobrir, sem danificar o objeto, se o seu interior continha uma parte feita de prata, Hierão pediu a ajuda de Arquimedes. Ele pôs-se a procurar a solução para o problema, a qual lhe ocorreu durante um banho. A lenda afirma que Arquimedes teria notado que uma quantidade de água correspondente ao seu próprio volume transbordava da banheira quando ele entrava nela e que, utilizando um método semelhante, poderia comparar o volume da coroa com os volumes de iguais pesos de prata e ouro: bastava colocá-los em um recipiente cheio de água, e medir a quantidade de líquido derramado. Feliz com essa fantástica descoberta, Arquimedes teria saído à rua nu, gritando "Eureka! Eureka!" ("Encontrei! Encontrei!"').

O autor mais antigo conhecido a descrever essa história foi Marcus Vitruvius Pollio, um arquiteto romano do século I a.C., em sua obra De architetura. Vitruvius não viveu na época de Arquimedes e sim dois séculos depois, portanto as suas palavras não constituem relato de primeira mão, e não se sabe em que tipo de fonte ele se baseou. O método atribuído por ele a Arquimedes não seria, no entanto, adequado, por causa dos erros introduzidos pela tensão superficial do líquido.

Muitos autores antigos perceberam as dificuldades de se utilizar tal método. Um deles foi Galileu Galilei, que comentou sobre isso em um pequeno trabalho chamado La bilancetta ("A balancinha"). Galileu suspeitava que Arquimedes teria utilizado outro método, empregando pesagens (balança hidrostática) e não medidas de líquido derramado. Em 1891, o francês Marcellin Berthelot encontrou um texto do início da era cristã que confirmava a conjectura de Galileu, pois atribuía a Arquimedes esse segundo método. Os argumentos e documentos estudados por Berthelot reforçam a idéia de que Arquimedes teria utilizado um método de pesagens no ar e na água e não o método de derramamento de água descrito por Vitruvius.



Criações bélicas
Na Segunda Guerra Púnica, contra o poderoso exército e marinha romanos, comandados pelo Cônsul Marco Cláudio Marcelo, Arquimedes teria criado aparatos, como:

Catapultas de grande alcance para lançar blocos de pedra sobre as galeras inimigas;
Durante quase três anos, as máquinas de guerra de sua invenção que lançavam dardos e pedras de até 150 quilogramas teriam sido as principais responsáveis pelas derrotas impostas pelos gregos ao exército de Marcelo, general romano que sitiava Siracusa.

Um enorme jogo de espelhos côncavos, formados pelos escudos de bronze dos soldados gregos, após polimento, que direcionavam a luz do Sol para um mesmo ponto de um navio por vez, afim de incendiá-lo. Não há comprovações históricas de que esse facto realmente ocorreu.
Tentativas de repetir este feito foram feitas mas produziram resultados inconclusivos. No programa "Caçadores de Mitos", estudantes do Massachusetts Institute of Technology conseguiram um princípio de incêndio em uma embarcação desde que ela ficasse estacionada por dez minutos no mesmo local.

Gigantescos guindastes que elevavam a proa dos navios romanos, afundando-os pela popa;
Plutarco conta que se instalou tamanho temor e angústia entre as tropas romanas, que qualquer corda ou pau sobre as muralhas de Siracusa era considerado uma artimanha diabólica de Arquimedes. Marcelo desistiu de tomar Siracusa por assalto e infligiu-lhe um cerco de 3 anos. Em 212 a.C. a cidade rendeu-se.

Criações matemáticas
No tratado "Sobre as Medidas do Círculo", Arquimedes, em um círculo dado, inscreveu e circunscreveu um polígono de 96 lados e obteve a fórmula para o cálculo da área do círculo e, por muitos séculos, o mais acertado valor para π;
No tratado "A Quadratura da Parábola", Arquimedes demonstrou que a área contida por uma parábola (Sp) e uma reta transversal é 4 / 3 da área do triângulo (St) com a mesma base e cujo vértice é o ponto onde a tangente à parábola é paralela à base;
O tratado sobre espirais descreveu a curva hoje conhecida como Espiral de Arquimedes (em coordenadas polares tem equação r = a + bθ) e pela primeira vez determinou a tangente a uma curva que não seja o círculo;
De forma inédita, Arquimedes apresentou os primeiros conceitos de limites e cálculo diferencial, cerca de 19 séculos antes de Newton;

Segurança de Túneis Ferroviários







Os túneis são de entre as obras de engenharia civil as que mais necessitam de uma observação criteriosa, posto que são construídos num meio cujas características são conhecidas, em regra, de uma forma insuficiente. No caso dos túneis ferroviários, há que distinguir duas etapas fundamentais, as que correspondem à fase de construção e à fase de exploração.

Durante a construção, para garantir a segurança da obra, deve haver um acompanhamento da sua execução por forma a avaliar 0 comportamento e a conformidade com o projecto. A estratégia seguida pela observação durante a fase de exploração consiste em avaliar o comportamento da obra ao longo do tempo e as variações das principais características, de forma a ser possível compreender os fenómenos que ocorrem durante a vida da obra.
A grande maioria dos túneis ferroviários, com excepção de algumas obras e de túneis em comboios de alta velocidade, é bastante antiga, pelo que a avaliação da segurança se processa a partir de inspecções ou de observações de difícil execução por dificuldades de acesso. Daí a necessidade de desenvolvimento de sistemas automáticos de monitorização, com processos de vigilância ou alerta incidindo sobre certos parâmetros característicos, que possam revelar eventuais anomalias do comportamento do túnel.
A observação das obras deve efectuar­-se de uma forma sistemática e planeada de forma a garantir a segurança e funcionalidade das obras, a verificação da adequabilidade dos critérios utilizados no projecto face ao comportamento observado na obra e, caso necessário, permitir, numa óptica interactiva, a alteração do processo construtivo adoptado e, ainda, a aquisição de conhecimentos que permitam uma melhor fundamentação na avaliação do controlo da segurança em futuras obras.




A análise da estabilidade das obras subterrâneas constitui uma das tarefas fundamentais. Os factores que mais influenciam a estabilidade estão sobretudo relacionados com a estratificação dos maciços, os níveis freáticos, características resistentes do maciço, forma da cavidade, sequência construtiva, existência ou não de cavidades múltiplas, tipos de suporte e fenómenos de deterioração ao longo do tempo. No caso de obras em rocha, a estabilidade é frequentemente condicionada pela presença de descontinuidades e as roturas ocorrem frequentemente com escorregamento ou separação ao longo destas superfícies. No caso das obras em solos, a estabilidade é condicionada pelas condições de resistência, drenada ou não drenada, em função do tipo de terreno, nomeadamente do tipo argiloso ou arenoso, e das condições de execução da obra.


Fonte: http://www.engenhariacivil.com/

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Enchentes e deslizamentos exigem planejamento e ações sérias para evitar a repetição de tragédias

A população do Rio de Janeiro sofreu com os problemas provocados pela maior chuva já ocorrida em um único dia: 288 milímetros registrados em 24 horas pela Defesa Civil Municipal, nesta terça-feira, 6 de abril. Foram mais de 200 mortes e cerca de 14 mil desabrigados, devido a deslizamentos de terra e enchentes, segundo informações divulgadas pelas autoridades municipais. A grande questão colocada por mais essa tragédia é como evitá-las ou minimizá-las ao máximo. Isto porque, não só o Rio de Janeiro, mas a maioria das cidades brasileiras se ressente da falta de planejamento e de ações que impeçam sua repetição na proporção frequentemente observada em nosso país, especialmente nas áreas de risco. A engenharia brasileira especializada em projetos e obras de saneamento detém conhecimentos técnicos suficientes para propor soluções para evitar ou minimizar tragédias do gênero. É necessário, porém, que os administradores públicos – municipais, estaduais e federais – ligados a essa área desenvolvam um planejamento sério para a execução de ações preventivas, que incluem estudos e levantamentos sobre as áreas de risco e as destinadas a evitar enchentes, a elaboração de projetos de qualidade e abrangentes para embasar a realização de obras eficazes e duradouras. Evidentemente, seria leviano e irresponsável apontar os atuais administradores públicos nas três esferas como os únicos responsáveis pela ocorrência de tragédias como a que se abateu sobre a capital fluminense, resultantes de décadas de descaso para com essa questão. Mas também seria irresponsável postergar as ações necessárias à prevenção de enchentes e deslizamentos de terra, que sempre trazem consequências trágicas para as populações atingidas. Após a ocorrência de desastres semelhantes, repetem-se os mesmos discursos das autoridades, em geral atribuindo-os a ocupações irregulares de encostas e morros, falta de colaboração da população com o saneamento e destino do lixo e demais resíduos sólidos, entre outros. Esses argumentos são verdadeiros, se olhados isoladamente, mas não justificam a passividade diante do inevitável acontecimento de novas tragédias, caso nada seja feito. Não há acidentes desse tipo que não envolvam diversos fatores: ocupação irregular de encostas, morros e áreas de risco, próximas a córregos e rios; ausência de obras de drenagem e contenção de encostas; falta de legislação específica para armazenamento e retenção de águas pluviais em residências, condomínios, áreas públicas, calçadas, indústrias e demais edificações urbanas; ausência de política adequada de recolhimento de resíduos sólidos, tanto residencial como de outras áreas, como a construção civil, por exemplo, e de legislação e políticas de estímulo à reciclagem do lixo; entre diversas outras necessárias à prevenção de acidentes por desastres da natureza. Os conhecimentos técnicos acumulados há décadas pela engenharia brasileira permitem o planejamento integrado das ações necessárias, precedidos pelos estudos e levantamentos requeridos; o desenvolvimento de projetos de qualidade, que observem e previnam os principais fatores de risco; e o desenvolvimento das obras de acordo com um cronograma factível e compatível com a prevenção, visando especialmente aos períodos de maior ocorrência de chuvas. É preciso ressaltar também que as mudanças climáticas do planeta provocam alterações radicais no regime de chuvas em todo o mundo, como alertam especialistas internacionais. Assim, os critérios até hoje utilizados para elaboração de projetos de manejo de águas pluviais terão de ser revistos. A maior intensidade das chuvas, com frequências cada vez maiores, exige projetos mais complexos. A nova Política Nacional de Saneamento Básico (lei n° 11.445/07) preconiza que os municípios brasileiros elaborem seus planos municipais de saneamento de acordo com os preceitos técnicos recomendados pela literatura internacional, o que propiciará programas de curto, médio e longo prazo para os quatro vetores do saneamento básico: água, esgoto, manejo de águas pluviais e resíduos sólidos. É preciso correr contra o tempo e executá-los. Por que, passados mais de três anos da promulgação da lei, a maioria dos municípios brasileiros ainda não possui o seu plano? É preciso também lembrar que recentemente tivemos a aprovação da lei que dispõe sobre a política nacional de resíduos sólidos. Suas disposições também ficarão dormentes, em vez de ser implementadas? Nada disso, porém, será levado à prática se as autoridades, em todos os níveis, não se conscientizarem de que a prevenção dessas ocorrências tem caráter metropolitano, envolve diversas pastas (planejamento, saneamento, habitação, obras, transporte, energia e meio ambiente, para citar as mais importantes), e exige planejamento e ações integradas, em todas as esferas. Requer ainda o desenvolvimento de campanhas de esclarecimento à população por intermédio dos meios de comunicação de massa (televisão, rádio e internet, fundamentalmente), sem as quais não se pode esperar a adesão dos cidadãos a essas necessárias ações. E também a alocação de verbas, de formas regulares e inseridas nas previsões orçamentárias de municípios, estados e ministérios envolvidos, com definição de responsabilidades e cronogramas de forma clara para sua implementação. Senão, estaremos condenados a mais uma vez ouvir as mesmas desculpas, atribuindo à inclemência da natureza e aos erros da população a responsabilidade por deslizamentos e enchentes e pelas trágicas perdas de importantes vidas humanas. E de moradias e bens, em geral daqueles que menos têm condições de repô-las. O Brasil dispõe de tecnologia adequada para implementar o planejamento, projeto e obras necessárias à prevenção de desastres naturais. As cerca de 18 mil empresas de arquitetura e engenharia de projetos distribuídas pelo país e representadas pelo Sinaenco, podem colaborar tecnicamente para a viabilização dessas ações, que devem começar a ser planejadas e implementadas imediatamente, em benefício da sociedade.


Fonte: http://www.obra24horas.com.br